Quadra

Designer: Bruno Faucz
Em um ateliê silencioso no sul do Brasil, a criação desta mesa de centro começa com o estudo do equilíbrio — entre abertura e contenção, utilidade e elegância. Inspirada na geometria honesta do design modernista brasileiro, ela foi concebida não apenas como superfície, mas como guardiã do espaço — uma peça que acolhe tanto por dentro quanto por fora.
A madeira, proveniente de florestas brasileiras manejadas de forma responsável, é escolhida pela riqueza dos tons e pelos veios marcantes. Seja Freijó, Tauari ou Jequitibá, cada tábua é avaliada por sua integridade estrutural e beleza visual. Após um processo de secagem lento e controlado que leva semanas — não horas — a madeira está pronta para ser moldada à mão.
A silhueta da mesa é baixa e arquitetônica, definida por planos horizontais limpos e curvas verticais suavizadas. À primeira vista, suas linhas são minimalistas, quase meditativas. Mas ao levantar o tampo ou deslizar o painel, compartimentos ocultos se revelam, pensados para guardar livros, controles ou a desordem discreta do cotidiano. Esses espaços são integrados com precisão, seguindo o princípio modernista de que a beleza deve sempre servir à função.
Cada canto é suavemente arredondado, convidando ao toque e à proximidade. As junções ficam expostas apenas quando enriquecem o desenho — um lembrete visível das mãos humanas que deram forma à peça. A base, recuada em relação ao tampo, cria um efeito flutuante que confere leveza visual à sua estrutura robusta em madeira maciça.
O acabamento final é aplicado à mão com óleos naturais, realçando os veios e permitindo que a madeira respire e envelheça com elegância. Esta mesa não foi feita apenas para ser vista, mas para ser vivida — um lugar onde objetos se acomodam e os momentos se acumulam com leveza.
Feita à mão no Brasil, é uma peça que conecta tradição e vida moderna — refinada, sólida e profundamente funcional.